Semelhantemente, na segunda classe das obras de Deus, a saber, as que são realizadas fora do curso comum da natureza, elas mostram sinais manifestos do Seu poder. Quanto ao governo exercido sobre o gênero humano, Ele administra de tal maneira a Sua providência que, embora para com todos se mostre geralmente benigno e generoso de mil maneiras, todavia, em Seu governo demonstra diariamente a Sua justiça para com os bons, e para com os maus o Seu severo juízo. Os castigos por Ele impostos aos maus, na vindicação da Sua justiça, não ficam escondidos nem são desconhecidos. Mas também, sem nenhuma dúvida, Ele age como protetor e defensor da inocência, dando prosperidade à vida dos bons por Sua bênção, socorrendo-os em suas necessidades, suavizando as suas dores e em tudo e por tudo cuidando do seu bem-estar.
O fato de permitir Deus que os ímpios e os malfeitores vivam por algum tempo na impunidade, e que os bons e os inocentes sofram muita adversidade e até sejam oprimidos pela iniqüidade dos maus, não deve obscurecer o caráter perpétuo das normas da Sua justiça. Ao contrário, outra deve ser a nossa maneira de pensar. É que quando Ele manifesta claramente a Sua ira contra algum pecado, é necessário reconhecer que todos os pecados Lhe são detestáveis. E quando Ele deixa sem castigo muitos pecados, é preciso entender que outro juízo haverá, para cuja sentença eles estão reservados. Igualmente, quantos motivos Ele nos dá para considerarmos a Sua misericórdia quando não deixa de tratar miseráveis pecadores com clemência? E por quê? Para vencer a obstinação deles com Sua clemência mais que paternal e com Suas bênçãos!
12 Tese de Lutero - Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
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