Essa realidade explica a reação de espanto e de horror dos santos toda vez que se viam na presença de Deus. Porque vemos que, quando se sentiam firmes e seguros na ausência de Deus, ficavam cheios de temor e tremor quando Deus lhes manifestava a Sua glória. Sentiam-se quase que tragados por um pavor mortal, e quase reduzidos a nada. Daí se conclui que o homem não reconhece quão grande é a sua imperfeição enquanto não se compara com a majestade de Deus.
Dessa atitude de aterrorizado espanto há numerosos exemplos, tanto em Juízes como nos Profetas, de tal maneira que a seguinte sentença veio a ser um dito comum do povo de Deus: “Certamente morreremos, porque vimos a Deus”. Assim também a história de Jó, com a finalidade de humilhar os homens e levá-los ao reconhecimento da sua loucura, da sua fraqueza e da sua corrupção, sempre apresenta como principal argumento a descrição da sabedoria, do poder e da pureza de Deus; e não sem motivo. Sim, pois vemos que Abraão reconheceu melhor que não passava de terra e pó depois que contemplou de perto a glória do
Senhor, e que Elias não pôde comparecer com o rosto descoberto à Sua presença, tal o temor que tinha de contemplá-lo!
E o que poderia fazer o homem, que nada mais é que podridão e verme, quando até os querubins cobrem o rosto por temor e reverência? É isso que o profeta diz, quando declara: “A luz se envergonhará, e o sol se confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar; isto é, quando Ele mostrar mis de perto o Seu esplendor, a maior luminosidade do mundo diante dele será escuridão. Contudo, seja como for a relação existente entre o conhecimento de Deus e o de nós mesmos, a boa norma requer que primeiro estudemos o conhecimento de Deus e depois desçamos ao estudo do conhecimento de nós mesmos.
3º Tese de Lutero - No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
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