Já demonstramos que o conhecimento de Deus tem o poder de plantar em nosso coração alguma semente de religião. Primeiro nos leva à reverência e ao temor de Deus; depois, ensina-nos a buscar o bem e a reconhecer que este procede de Deus. Pois, como pode algum pensamento sobre Deus penetrar a nossa mente sem que de imediato julguemos (visto que somos Suas criaturas) que, por direito de criação, devemos estar sujeitos e ser submissos ao Seu domínio, a nossa vida deve ser dedicada ao Seu serviço e todos os nossos propósitos e tudo o que dizemos e fazemos devem ser atribuídos a Ele? Se é assim, segue-se que a vida de um homem está perversamente corrompida, a não ser que esteja sendo dirigida pela
obediência à Sua santa vontade.
Por outro lado, ninguém pode entendê-lo bem, a menos que reconheça que Ele é a fonte e a origem de todo o bem. Dessa consideração se produz um desejo de estar em comunhão com Ele, e uma confiança em Sua bondade, a não ser que, por sua perversidade, a mente humana seja retirada da investigação correta.
Mas, de um lado e do outro, o que e se vê é uma estupenda vaidade e insipidez de
todos nós. Pois, em vez de em toda a nossa vida nos mantermos em perseverante obediência a Ele, em todas as nossas obras insistimos em querer agradá-lo somente com pequenas satisfações. Em lugar de procurarmos levar Deus a comprazer-se com a santidade e a pureza de coração, inventamos sabe-se lá quantas pilhas de coisas inúteis e de cerimônias que de nada valem, esperando distraí-lo. O resultado é que, em vez de pormos a nossa confiança totalmente em Deus, ela é posta em nós ou em outras criaturas.
Finalmente, estamos envolvidos em tantos erros e opiniões perigosas que a centelha de verdade, que poderia iluminar-nos e guiar-nos à contemplação da majestade de Deus, fica encoberta e estanque de tal maneira que já não nos propicia um reto conhecimento de Deus, só restando a primeira semente, que jamais pode ser arrancada – isto é, a que leva o homem a saber que Deus existe.
6º Tese de Lutero - O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
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