Não se lê de nenhuma outra pessoa que tenha desprezado e ultrajado a Deus com maior arrogância e atrevimento do que o imperador romano Caio Calígula. Mas ninguém tremeu mais miseravelmente que ele, quando surgia algum sinal de manifestação da ira de Deus. Assim, para seu próprio pesar, ele tinha verdadeiro pavor de Deus, a quem ele queria de fato desprezar e para isso se esforçava. Experiência como essa vemos com freqüência suceder com todos os que tomam atitude semelhante à de Calígula. A realidade é que quanto mais atrevido for o desprezador de Deus, mais tremerá de medo ao ruído de uma simples folha que cai. De onde provém esse temor? Certamente de Deus que, em Sua majestade, vinga-se, atormentando tanto mais a consciência deles quanto mais procuram dela fugir.
Todos eles procuram esconderijos para ocultar-se da presença de Deus e tentam apagá-la da memória, mas, quer queiram quer não, não escapam. E ainda que esse pavor pareça desvanecer-se por breve tempo, sempre volta, e com maior força, a tal ponto que a momentânea tranqüilidade de consciência acaso desfrutada por eles não difere muito do sono dos bêbados e dos loucos, os quais, mesmo enquanto dormem, não descansam em paz. Sim, porque são constantemente perturbados por alucinações e sonhos assustadores.
Logo, os próprios ímpios nos servem de exemplo de que algum conhecimento sobre Deus existe universalmente no coração dos homens.
5º Tese de Lutero - O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
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