Ademais, com que segurança devemos receber esta
doutrina, selada e testificada que foi pelo sangue de tantos fiéis! Depois de a
terem recebido, não tiveram dificuldade em morrer por ela corajosamente, e até
com alegria. E nós, a quem a Escritura foi dada com tal garantia e confirmação,
como não a acolheremos com a mais firme e inabalável convicção? Não é fraca
aprovação da Escritura a que foi
assinada com o sangue de tantas testemunhas. Principalmente se
considerarmos que eles não sofreram a morte por terem dado testemunho de sua fé
de maneira furiosa e frenética, como às vezes acontece com fanáticos que se
sobrecarregam de erros transformados em argumentos. Os mártires aos quais me
refiro morreram por terem zelo de Deus – zelo ao mesmo tempo equilibrado, firme
e constante.
Existem muitos outros motivos, e não fracos, pelos
quais a majestade e a dignidade da Escritura não somente podem ser comprovadas
no coração dos cristãos fiéis, mas também podem defendê-la vigorosamente contra
a astúcia maligna dos caluniadores. Entretanto, esses motivos não são
suficientes para fundamentar bem a sua certeza, enquanto não acontecer que o
Pai celestial, fazendo resplender a Sua divindade, os livre de toda dúvida e
contestação; então eles lhe prestarão firme reverência.
Assim é que, finalmente, a Escritura nos dará um
satisfatório conhecimento de Deus, para a nossa salvação, quando esta certeza
tiver o suporte dado pela persuasão interna operada pelo Espírito Santo. Os
testemunhos humanos que servem para confirmá-la não serão, portanto, inúteis,
quando seguem o testemunho principal e soberano. Subservientes a esse
testemunho superior, eles serão meios auxiliares e secundários para suprir as
nossas deficiências pessoais.
26º Tese de Lutero - O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não
pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
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