Por outro lado, o comum acordo da igreja não é
destituído de importância. Não é preciso considerar como nulo de qualquer valor
o fato de que, depois de tantos séculos desde que foram publicadas as
Escrituras, tem havido permanente acordo no sentido de obedecê-las. E por mais
que o Diabo tenha se esforçado, de muitas maneiras, para oprimi-las ou
derrubá-las ou até mesmo para apagá-las totalmente da memória dos homens, elas
sempre se mantêm inexpugnáveis e vitoriosas, como a palmeira da ilustração. Porque
não há quase nenhum retórico ou filósofo, dos melhores e mais inteligentes, que
não tenha aplicado a sua sabedoria contra elas. Todavia, todos eles nada
conseguiram. Todos os poderes da terra armaram-se para destruir a verdade das
Escrituras, e todos os seus esforços se evaporaram.
Tendo elas sofrido agressões de toda parte, como
teriam resistido, se só contassem com suporte humano? Pelo que, logo se deve
concluir que a Escritura Sagrada que temos é de Deus; sim, pois, apesar de toda
a astúcia e de todo o poder dos homens, ela segue adiante em seu caminho, e por
seu próprio poder. Além disso, não foi só uma cidade ou nação que concordou em
lhe dar boa acolhida, mas, em toda a extensão da terra, no comprimento e na
largura, ela obteve autoridade credenciada pelo consenso de todos os povos, os
quais, em nenhuma outra coisa tinham algo em comum. Ora, deveríamos ficar
emocionados diante desse consenso de nações tão diferentes e que nas outras
coisas discordam entre si - nos seus costumes e no seu modo de viver. É
evidente que o poder de Deus foi necessário para que houvesse esse acordo.
Contudo, estas considerações terão maior peso ainda, quando levarmos em conta a
piedade e o santo viver dos que concordaram em acatar as Escrituras. Não digo
isso de todos, mas daqueles que o nosso Senhor constituiu luzeiros em Sua
igreja, para esparzirem a luz do seu santo viver.
25º Tese de Lutero - O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório
de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em
particular.
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