segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Verdadeira Páscoa é Cristo

“Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento” (Lc 22.14-15).


A palavra Páscoa (hebr. pesah), segundo os estudiosos, tem como significado “passar por cima”, sentido plenamente captado pelo termo inglês passover. Alude à redenção realizado pelo Senhor no Egito, quando o Destruidor “passou por cima” das residências cujos batentes estavam pintados com o sangue do cordeiro. A morte não alcançou aqueles lares, diferente dos descrentes e dos egípcios que tiveram seus primogênitos mortos. O cordeiro sem defeito, de um ano, deveria ser comido assado, sem quebrar nenhum osso.
Esta vítima simbolizava o Cristo que viria, especificamente, o Seu sacrifício. Na verdade, o simbolismo redentivo da Páscoa encontra seu cumprimento absoluto na real redenção operada por Jesus na cruz do Calvário. O Seu sangue foi derramado de uma vez por todas para saldar nossa dívida. Na condição de inadimplente, por causa do pecado, não havia o que homem algum pudesse fazer para, ao menos, resgatar mesmo que parte de sua própria vida. Apenas a hecatombe de toda a humanidade quitaria a dívida, “porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Rm 6.7). Apenas a morte salda o pecado. Portanto, o que era devido a nós, nosso Senhor cumpriu. Seu sangue marca a nossa vida, como sinal de que nossa morte “já foi morrida”. Nossa condenação deu lugar à glória da vida eterna. A casa do nosso coração deve ter, em seus umbrais, a marca do sangue do Cordeiro.
Jesus manifesta o seu contentamento anterior ao seu sofrimento. A celebração da Ceia não foi uma ocasião exatamente feliz para o nosso Senhor. De certa forma, a sua agonia tem início ali. Sua euforia é devida ao fato de saber que está no sopé do Calvário. Jesus tinha a plena consciência de que morreria no dia seguinte, no sexto dia. Ansiava por consumar a sua obra e operar a salvação dos eleitos de Deus. Durante todo o Seu ministério, esperava a chegada dessa hora. Foi exatamente durante a celebração da última Páscoa que disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho glorifique a ti” (Jo 17.1). Cristo olhava para o seu ministério como o cumprimento de várias etapas que o levariam, inevitavelmente, à cruz. Portanto, reconheceu que aqueles momentos passados com Seus discípulos seriam os últimos antes de toda a Sua agonia. A transição da Páscoa para a Santa Ceia é também a transição da velha para a nova aliança. Na morte de Cristo, a nova alinça entra em vigor, garantida pelo seu sangue (Mt 26.28). Significa dizer, comparado à experiência dos hebreus escravizados no Egito, que não apenas fomos libertos, mas, também, já possuímos a terra prometida. Em outras palavras, não apenas fomos redimidos do pecado, mas já recebemos a natureza regenerada pelo Espírito Santo de Deus. O novo céu e a nova terra já estão garantidos por Cristo a nós, de forma que tão-somente aguardamos a posse da bênção completa. Diferente dos nossos irmãos libertos do antigo Egito, nós não precisamos conquistar nada. Já somos mais do que vencedores por meio dAquele que nos amou (Rm 8.37). A verdadeira Páscoa é Cristo! Devemos, como povo santo de Deus, enfatizar esta verdade, afirmando o que dizem as Escrituras. A Páscoa tem que ser, para nós, mais do que belos hinos, chocolate e bacalhau. Deve ser ocasião de trazermos à memória a maior prova de amor que o mundo já viu e verá. O único Deus verdadeiro entrega Seu Filho unigênito para o resgate de nossas almas. Dediquemos nossas vidas a Ele, mostrando gratidão consciente e proporcional àquilo que Jesus fez por nós. Louvado seja o Senhor pela Páscoa de Jesus Cristo.

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