Basta, porém, uma só palavra do apóstolo Paulo para fazer calar esses falsos mestres. Sim, porquanto ele declara que a igreja está baseada no “fundamento dos apóstolos e profetas”. Se a doutrina dos profetas e dos apóstolos é o fundamento da igreja, primeiro importa que haja firme certeza dessa doutrina para que, somente então, a igreja comece a existir. Tampouco é válido que se ponham a ironizar alegando que, ainda que a igreja tenha a sua origem nos escritos proféticos e apostólicos, não se sabe que livros podem ser atribuídos aos profetas e aos apóstolos, a não ser que a igreja intervenha e determine quais são.
Pois bem, se a igreja cristã, desde o princípio, esteve fundada nos escritos dos profetas e na pregação dos apóstolos, a aceitação dessa doutrina, onde quer que se encontre, é anterior à igreja, mesmo porque, sem ela, a igreja nunca existiria. Portanto, é pura fantasia e mentira dizer que a igreja tem autoridade para julgar a Escritura e que é ela que, a seu bel-prazer, determina a certeza que se pode ter ou não ter quanto à Palavra de Deus! A verdade é que, quando a igreja recebe e aprova a Escritura, não é a igreja que a torna autêntica, como se antes disso ela fosse duvidosa e incerta. Muito ao contrário, porque é a igreja que reconhece que a Escritura é a verdade de Deus, e, conforme o seu dever, a respeita sem restrições.
21º Tese de Lutero - Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
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